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Educação contemporânea: o papel do educador como gestor da aprendizagem



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Fonte: Banco de dados do Google

A gestão da aprendizagem é uma ação pedagógica, expressão e discussão feita pela professora Heloisa Lück no livro de mesmo nome, fundamental para o desenvolvimento integral dos estudantes. Como professor, nossa missão é não apenas transmitir conhecimento, mas também criar um ambiente propício ao desenvolvimento pleno dos estudantes. Contudo, antes de discutir isso, é importante destacar a importância de estabelecer uma visão clara e compartilhada sobre os objetivos educacionais. Nesse sentido, nosso querido Paulo Freire, renomado pedagogo brasileiro, nos ensinou que a educação deve ser libertadora e dialógica, ou seja, propiciar que os estudantes sejam sujeitos ativos na construção do conhecimento, autônomos de suas aprendizagens.

Com base nessa perspectiva, a gestão da aprendizagem deve ser pautada por objetivos educacionais sólidos, esses que sejam capazes de promover a formação integral dos estudantes e, claro, caro leitor(a), que sejam sensíveis a singularidade de cada educando nesse processo. Para refletirmos sobre esse processo, o educador(a) precisa conhecer o currículo, digo, não só os conteúdos, mas as concepções que fundamentam o seu uso na práxis. E, para isso, o Perrenoud e o Delors ressaltam a importância de um currículo diversificado, que valorize tanto os conhecimentos escolares e, como professor, você deve estar cansado de ouvir da BNCC, das competências e habilidades, mas também, tenha atenção as habilidades socioemocionais.


Para essa gestão da aprendizagem acontecer, faz-se necessário retomar algo que está em minha jornada como educador, a formação continuada. Tanto Cortella e Arroyo enfatizam que o professor é um agente de transformação e, como tal, precisa estar em constante atualização, ou melhor, uma expressão comum entre professores: “formação continuada é o espaço de reflexão da prática”. E, vamos ser sinceros, a dinâmica escolar, atrelada aos fatores externos e pessoais, por muitas vezes, não nos permitem vivenciar essa experiência, doravante, fundamental para essa “gestão” da aprendizagem.

E, caro educador(a), quando digo “gestão”, ressalto que falar sobre isso é pensar no processo em sua totalidade. Não é sobre preencher planejamento com códigos da BNCC, colocar as competências, mas pensar criticamente o planejamento, os fatores internos e externos que promovem e, até mesmo, limitam a aprendizagem em sala de aula. Pensando em totalidade da aprendizagem, como educador, como temos acolhido os nossos alunos, sobretudo aqueles que possuem dificuldades? Wallon, por sua vez, nos lembra da importância do ambiente socioafetivo para o processo de aprendizagem. A gestão da aprendizagem deve considerar a diversidade dos alunos, suas vivências e necessidades individuais, promovendo um ambiente acolhedor e inclusivo. Isso requer o estabelecimento de relações de confiança e respeito, onde os estudantes se sintam seguros para expressar suas opiniões e explorar seu potencial.


Ao revisar os processos de ensino em sala de aula, é essencial adotar práticas que valorizem a diversidade, que promovam a inclusão e que estimulem o desenvolvimento integral dos estudantes, tanto no aspecto cognitivo quanto no socioemocional. Volto a lembrar, caro educador(a), em uma era marcada pelas tecnologias, pela atenção dividida, como gestores da aprendizagem, precisamos rever os fatores, arrisco dizer, pegando a experiência da área de marketing, pensar o nosso planejamento de maneira mais estratégica, considerando nele, os sujeitos que serão influenciados: os nossos estudantes. Algo que, em face das demandas, agendas escolares de conteúdo, tem sido deixado de lado no processo.


Caro educador(a), a gestão da aprendizagem requer uma postura reflexiva, aberta ao diálogo e disposta a abraçar as transformações necessárias na prática pedagógica. É sobre pensar a avaliação, considerando, por exemplo, a noção de avaliação mediadora de Jussara Hoffman, que postula o processo como um fenômeno que vai além da mera atribuição de notas e busca compreender a aprendizagem do aluno de modo integral, identificando suas dificuldades e potencialidades, para, ao final, fornecer atendimento pedagógico direcionado para o desenvolvimento do estudante.

Ou seja, uma aprendizagem eficiente que não pensa e problematiza (verbo de formação continuada) o planejamento, a prática, sobretudo para que, assim, seja possível construir uma práxis inclusiva, equânime e que respeite os direitos de aprendizagens dos educandos, em suas singularidades.


E, por fim, caro educador(a), lembre-se de que a gestão da aprendizagem vai além do ato de ensinar, como diria Paulo Freire “ensinar é um ato político”, uma vez que envolve uma série de fatores que influenciam direta e indiretamente a qualidade desse processo. Ao analisar os fatores externos, internos e, em conjunto, ser educador é entender que não se ensina sozinho, nossos colegas (os professores generalistas e especialistas) dividem com você essa gestão, com diálogo, com formação, com participação de todos os atores sociais (a família precisa estar aqui também, nem sempre, mas precisamos trazê-la para perto da escola).


E não só para os aprendente, viu, caro educador(a), para nós também: professores, coordenadores, ou melhor, acompanhado as tendências de linguagem do LinkedIn, gestores da aprendizagem. Essa gestão só vai ter êxito se consideramos as variáveis, pensarmos em coletivo, assumindo que, por meio de nosso trabalho, será possível construir um ambiente acolhedor, emancipatório e integral para os nossos estudantes.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Dermeval Saviani: Saviani, D. (2008). Escola e democracia: Teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. Cortez Editora.

  • Henry Giroux: Giroux, H. A. (1997). Os professores como intelectuais: Rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Artmed Editora.

  • Jussara Hoffman: Hoffman, J. (2013). Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade. Penso Editora.

  • Lück, Heloísa. Gestão do processo de aprendizagem pelo professor Vol. VIII. Editora Vozes Limitada, 2019.

  • Mario Sergio Cortella: Cortella, M. S. (2017). Por que fazemos o que fazemos?: Aflições vitais sobre trabalho, carreira e realização. Planeta.

  • Michael Apple: Apple, M. W. (2006). Educação e poder. Cortez Editora.

  • Paulo Freire: Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Paz e Terra.

  • Wallon: Wallon, H. (2007). As origens do pensamento na criança. Manole.

 
 
 

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